31 de Outubro dia da Reforma Protestante.
Quando voltamos
nossos olhos à história, vemos que a Reforma Protestante foi apenas uma das
inúmeras Reformas Religiosas ocorridas após a Idade Média e que tinham como
base, além do cunho religioso, a insatisfação com as atitudes da Igreja
Católica e seu distanciamento com relação aos princípios primordiais.
A reforma religiosa foi um movimento ligado não só as transformações religiosas, mas também a: política, e intelectualidade do sec. XVI, nutridas pelas incertezas dos novos tempos.
A reforma religiosa foi um movimento ligado não só as transformações religiosas, mas também a: política, e intelectualidade do sec. XVI, nutridas pelas incertezas dos novos tempos.
Valdenses
Por volta do século XII Os Valdenses, discípulos de um rico
e comerciante de Lyon, na França, mais conhecido como Pedro Valdo, que doou
todos os seus bens aos pobres e reuniu fieis disposto a lutar contra o luxo do
clero. Valdo ia na contramão dos costumes e doutrinas da época, explicando e distribuindo
exemplares das Escrituras ao povo, isso se espalhou por toda a região de Lyon,
Provença, até o Norte da Itália e Catalunha. Valdo congregou em volta de Si Vários
discípulos que foram conhecidos como “os pobres de Lyon”. Os valdenses mostraram
os absurdos da imposição absoluta do papa e como a reforma religiosa era
inevitável.
Por causa de suas posições foram cruelmente perseguidos e
expulsos da França porem encontraram refúgios nos vales ao norte da Itália.
Existem evidencias da sobrevivência dos valdenses até o século XV, sendo que o
destino mais provável desse grupo tenha sido a junção ao protestantismo e ao
anabatismo (Lindberg, 2001)
John
Wycliffe
John Wycliffe, por volta do ano 1330 deu início ao
movimento em favor da Libertação inglesa do domínio e pode romano, bem como da
reforma da igreja católica.
Filósofo de destaque na Universidade de Oxford, onde
lecionou Filosofia. Wycliffe atraiu a ira da igreja católica ao defender
direito do governo de confiscar as propriedades dos sacerdotes corruptos.
Escreveu várias obras de cunho teológico e apologético, entre elas a suma teologia, que abordou assuntos
sobre predestinação, justificação pela fé, o estado da graça, a autoridade
papal e a igreja como comunidade dos santos. Negou também a doutrina da
transubstanciação que havia se tornado um dogma desde 1215. Esse ataque fez com
que ele criasse inimigos influentes, ao ponto dele e de seus seguidores serem
expulsos de Oxford.
Seus escritos e suas obras foram proibidas por decreto
papal e em 1415 foi declarado herege e em 1427 seu corpo foi desenterrado e
queimado na fogueira.
John
Huss
Nascido na Boêmia em 1369, condenava o culto aos santos e a
venda de indulgencias pela igreja, Hus também condenava o luxo excessivo em que
vivia o alto clero católico e pregava a livre interpretação da Bíblia pelos
cristãos, foi perseguido e morto na fogueira.
Ulrico
Zuinglio (1484-1531)
Foi o líder da reforma que ocorreu na Suíça. Por meio de
uma votação, cada parte do pais escolhia sua religião. Embora mais tarde fosse
influenciado pelos ensinos de Lutero, Zuinglio chegou ao conhecimento do
Evangelho por sua busca pessoal. Discordou de Martinho Lutero na questão da transubstanciação
(transformação do pão e do vinho no corpo de Cristo) e por isso não foi possível
uma união efetiva entre os dois.
Zuinglio exigia o recurso exclusivo da Bíblia como
fundamento da fé e da autoridade e o uso da língua alemã na liturgia. Atribuía
maior importância ao problema da santificação do que da justificação e, além disso,
para o religioso suíço, o batismo e a ceia seriam sacramentos, mas simples
memoriais, ou seja, a afirmação da comunhão dos fiéis.
Martinho
Lutero
Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano, vivia na
cidade de Wittenberg, na Alemanha, onde conquistou o título de doutor em
Filosofia, tornando se professor universitário e pregador oficial de seu
convento. Protestava contra o pagamento de indulgências porque acreditava que
somente Deus poderia perdoar o pecador.
Inicialmente Lutero não Pretendia criar uma nova igreja e
sim reformar o catolicismo. Na busca do verdadeiro caminho para se encontrar a
vida eterna, Lutero encontrou na Epístola aos Romanos, finalmente uma resposta as suas indagações: a doutrina da
salvação alcançada unicamente pela fé em Deus, tema central de sua futura
teologia.
Em 1517, o Papa Leão X, desejando terminar a construção da Basílica
de São Pedro, em Roma, determinou a venda de indulgências, principalmente na
Alemanha, onde a igreja era possuidora de imensos territórios. Em protesto a
essa falsa “segurança” religiosa proporcionada pelas indulgências, Lutero fixou
suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg, em 31 de outubro do mesmo Ano.
Em 1518 e 1519, o Papa Leão X exigiu que Lutero se
retratasse e reconhecesse o valor das indulgências, mas não foi obedecido.
Nesse período Lutero escreveu os livros que serviriam de base para sua nova
doutrina: o papado de Roma, o Apelo a
nobreza cristã da nação alemã, O cativeiro babilônico da igreja e da liberdade
do cristão.
Em 1520 o monge queimou publicamente a bula papal que
declarava que seus escritos eram heréticos. Levado perante Carlos V, na Dieta
Worms, recusou se retratar/; por isso foi expatriado e teve seus livros
queimados. Lutero conseguiu refúgio no castelo de Warlburg, do príncipe Frederico
da Saxônia, de onde traduziu a Bíblia para o alemão tornando se acessível ao
povo. O ex-monge se tornou líder Espiritual de um número cada vez maior de alemães,
entre humanistas, artistas, burgueses, príncipes, pequenos nobres e camponeses.
Quando Lutero Morreu, em 18 de dezembro de 1546, na sua
cidade natal de Eisleben, a identidade cristã já se encontrava profundamente
modificada.
A Reforma protestante ultrapassou as fronteiras da Alemanha
espalhando-se por países como Dinamarca, Noruega, Suécia, Suíça, Países Baixos,
Inglaterra e por parte da França. Favorecidas pelos princípios de livre
interpretação da Bíblia, novas Seitas surgiram e se propagaram pela Europa.