quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A Reforma - Igreja reformada sempre reformada


31 de Outubro dia da Reforma Protestante.

Quando voltamos nossos olhos à história, vemos que a Reforma Protestante foi apenas uma das inúmeras Reformas Religiosas ocorridas após a Idade Média e que tinham como base, além do cunho religioso, a insatisfação com as atitudes da Igreja Católica e seu distanciamento com relação aos princípios primordiais.
A reforma religiosa foi um movimento ligado não só as transformações religiosas, mas também a: política, e intelectualidade do sec. XVI, nutridas pelas incertezas dos novos tempos.



Valdenses

Por volta do século XII Os Valdenses, discípulos de um rico e comerciante de Lyon, na França, mais conhecido como Pedro Valdo, que doou todos os seus bens aos pobres e reuniu fieis disposto a lutar contra o luxo do clero. Valdo ia na contramão dos costumes e doutrinas da época, explicando e distribuindo exemplares das Escrituras ao povo, isso se espalhou por toda a região de Lyon, Provença, até o Norte da Itália e Catalunha. Valdo congregou em volta de Si Vários discípulos que foram conhecidos como “os pobres de Lyon”. Os valdenses mostraram os absurdos da imposição absoluta do papa e como a reforma religiosa era inevitável.
Por causa de suas posições foram cruelmente perseguidos e expulsos da França porem encontraram refúgios nos vales ao norte da Itália. Existem evidencias da sobrevivência dos valdenses até o século XV, sendo que o destino mais provável desse grupo tenha sido a junção ao protestantismo e ao anabatismo (Lindberg, 2001)

John Wycliffe

John Wycliffe, por volta do ano 1330 deu início ao movimento em favor da Libertação inglesa do domínio e pode romano, bem como da reforma da igreja católica.
Filósofo de destaque na Universidade de Oxford, onde lecionou Filosofia. Wycliffe atraiu a ira da igreja católica ao defender direito do governo de confiscar as propriedades dos sacerdotes corruptos. Escreveu várias obras de cunho teológico e apologético, entre elas a suma teologia, que abordou assuntos sobre predestinação, justificação pela fé, o estado da graça, a autoridade papal e a igreja como comunidade dos santos. Negou também a doutrina da transubstanciação que havia se tornado um dogma desde 1215. Esse ataque fez com que ele criasse inimigos influentes, ao ponto dele e de seus seguidores serem expulsos de Oxford.
Seus escritos e suas obras foram proibidas por decreto papal e em 1415 foi declarado herege e em 1427 seu corpo foi desenterrado e queimado na fogueira.
John Huss
Nascido na Boêmia em 1369, condenava o culto aos santos e a venda de indulgencias pela igreja, Hus também condenava o luxo excessivo em que vivia o alto clero católico e pregava a livre interpretação da Bíblia pelos cristãos, foi perseguido e morto na fogueira.

Ulrico Zuinglio (1484-1531)

Foi o líder da reforma que ocorreu na Suíça. Por meio de uma votação, cada parte do pais escolhia sua religião. Embora mais tarde fosse influenciado pelos ensinos de Lutero, Zuinglio chegou ao conhecimento do Evangelho por sua busca pessoal. Discordou de Martinho Lutero na questão da transubstanciação (transformação do pão e do vinho no corpo de Cristo) e por isso não foi possível uma união efetiva entre os dois.
Zuinglio exigia o recurso exclusivo da Bíblia como fundamento da fé e da autoridade e o uso da língua alemã na liturgia. Atribuía maior importância ao problema da santificação do que da justificação e, além disso, para o religioso suíço, o batismo e a ceia seriam sacramentos, mas simples memoriais, ou seja, a afirmação da comunhão dos fiéis.

Martinho Lutero

Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano, vivia na cidade de Wittenberg, na Alemanha, onde conquistou o título de doutor em Filosofia, tornando se professor universitário e pregador oficial de seu convento. Protestava contra o pagamento de indulgências porque acreditava que somente Deus poderia perdoar o pecador.
Inicialmente Lutero não Pretendia criar uma nova igreja e sim reformar o catolicismo. Na busca do verdadeiro caminho para se encontrar a vida eterna, Lutero encontrou na Epístola aos Romanos, finalmente uma resposta as suas indagações: a doutrina da salvação alcançada unicamente pela fé em Deus, tema central de sua futura teologia.
Em 1517, o Papa Leão X, desejando terminar a construção da Basílica de São Pedro, em Roma, determinou a venda de indulgências, principalmente na Alemanha, onde a igreja era possuidora de imensos territórios. Em protesto a essa falsa “segurança” religiosa proporcionada pelas indulgências, Lutero fixou suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg, em 31 de outubro do mesmo Ano.
Em 1518 e 1519, o Papa Leão X exigiu que Lutero se retratasse e reconhecesse o valor das indulgências, mas não foi obedecido. Nesse período Lutero escreveu os livros que serviriam de base para sua nova doutrina: o papado de Roma, o Apelo a nobreza cristã da nação alemã, O cativeiro babilônico da igreja e da liberdade do cristão.
Em 1520 o monge queimou publicamente a bula papal que declarava que seus escritos eram heréticos. Levado perante Carlos V, na Dieta Worms, recusou se retratar/; por isso foi expatriado e teve seus livros queimados. Lutero conseguiu refúgio no castelo de Warlburg, do príncipe Frederico da Saxônia, de onde traduziu a Bíblia para o alemão tornando se acessível ao povo. O ex-monge se tornou líder Espiritual de um número cada vez maior de alemães, entre humanistas, artistas, burgueses, príncipes, pequenos nobres e camponeses.
Quando Lutero Morreu, em 18 de dezembro de 1546, na sua cidade natal de Eisleben, a identidade cristã já se encontrava profundamente modificada.

A Reforma protestante ultrapassou as fronteiras da Alemanha espalhando-se por países como Dinamarca, Noruega, Suécia, Suíça, Países Baixos, Inglaterra e por parte da França. Favorecidas pelos princípios de livre interpretação da Bíblia, novas Seitas surgiram e se propagaram pela Europa. 


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